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Minas Gerais inicia implantação da estratégia ÆSOP para vigilância de vírus respiratórios na atenção primária à saúde

Minas Gerais inicia implantação da estratégia ÆSOP para vigilância de vírus respiratórios na atenção primária à saúde

Minas Gerais inicia implantação da estratégia ÆSOP para vigilância de vírus respiratórios na atenção primária à saúde
Minas Gerais inicia implantação da estratégia ÆSOP para vigilância de vírus respiratórios na atenção primária à saúde (Foto: Reprodução)

Estado se coloca na vanguarda da detecção antecipada com sistema inovador de previsão de surtos com potencial pandêmico

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com o Ministério da Saúde e Fiocruz Bahia, iniciou a implantação da estratégia ÆSOP (Alert-Early System of Outbreaks with Pandemic Potential), voltada para o fortalecimento da vigilância baseada em eventos e a detecção precoce de surtos de doenças respiratórias no estado.

Essa ação é pioneira no país, pois representa a primeira vez que a estratégia é implementada de forma assistida e sistemática, após um projeto piloto desenvolvido no estado de Amazonas.

A apresentação do ÆSOP ocorreu nos dias 11 e 12 de setembro na Cidade Administrativa de Minas Gerais e contou com a presença de representantes do da SES-MG, do Ministério da Saúde, da Fiocruz Bahia e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de Minas Gerais. Na mesma ocasião também foram oferecidas oficinas de apresentação e de treinamento para representantes do Cievs do estado.

Para Eduardo Campos Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde, o ÆSOP coloca o estado na dianteira da vigilância em saúde porque capacita todo o sistema a “entender de forma antecipada as tendências que acontecem na atenção primária para termos uma atuação cada vez mais proativa e criar um sistema robusto e capaz no enfrentamento das emergências de saúde pública.”

O ÆSOP foi desenvolvido com a cooperação da Fiocruz Bahia, da UFRJ e da Fundação Rockfeller e é fruto da interseção entre pesquisa acadêmica e ações efetivas de vigilância em saúde utilizando tecnologia de ponta.

Izabel Marcilio, médica e pesquisadora da Fiocruz Bahia, ressalta ainda que o ÆSOP não cria sobrecarga de dados pois atua com bases já consolidadas, “o carro-chefe da iniciativa são os dados da atenção primária de saúde, mas ele também utiliza dados de vendas de medicamentos e até de buscas na internet.” Estes últimos são coletados via Google Trends e representam uma camada adicional que robustece a avaliação mais precisa obtida pelas camadas anteriores.

De modo mais técnico, a plataforma AESOP utiliza inteligência artificial e modelagens matemáticas para analisar dados assistenciais da Atenção Primária à Saúde (APS) registrados no SISAB, identificando sinais de alerta com base em critérios como impacto assistencial, risco de disseminação, capacidade de resposta e cobertura vacinal.

A sigla ÆSOP, além do acrônimo, remete a Esopo, renomado autor grego de fábulas. Essa referência serve como lembrete que cerca de três quartos de todas as viroses são zoonóticas, ou seja, derivam da interação entre o homem e os animais. No Brasil, essa interação é especialmente relevante devido à grande biodiversidade e às complexas relações socioambientais do país.

A detecção antecipada de surtos em saúde é essencial para proteger vidas e reduzir o impacto de epidemias e para tal são necessários dados confiáveis, como destaca o Marcelo Gomes, coordenador geral de vigilância da Covid-19, influenza e outros vírus respiratórios do Departamento de Doenças Transmissíveis, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (CGCOVID/DEDT/SVSA), do Ministério da Saúde. “Tudo nasce com o registro lá na ponta e dados confiáveis são necessários para termos um resultado prático fundamentado.” 

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